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Dermatite de Contato por Grama em Cães: Um Olhar Atual sobre um Problema Emergente




A dermatite de contato em cães é uma condição que, embora menos comum, pode causar grande desconforto aos animais e preocupação aos tutores. Recentemente, um estudo inovador realizado na Austrália lançou luz sobre uma forma específica de dermatite de contato associada à exposição a gramíneas, chamada de dermatite por contato proteico (PCD, do inglês Protein Contact Dermatitis). Essa condição destaca-se por seu mecanismo imunológico e particularidades clínicas, oferecendo insights importantes para diagnóstico e manejo.


O que é Dermatite de Contato por Grama?


A dermatite de contato é uma reação de hipersensibilidade tipo IV, desencadeada por substâncias químicas conhecidas como haptenos que entram em contato com a pele. No caso da PCD, também podem estar envolvidos mecanismos de hipersensibilidade tipo I, geralmente associados à resposta a proteínas específicas presentes em insetos, animais ou plantas.


Cães afetados pela PCD desenvolvem lesões em áreas de contato direto com o ambiente, como ventre, espaço interdigital, extremidades dos membros e ao redor do focinho. Esse padrão de distribuição é semelhante ao observado em doenças alérgicas, mas com algumas diferenças importantes.


Principais Sinais Clínicos


Os sinais clínicos incluem:


- Lesões Primárias: Eritema (vermelhidão), máculas e pápulas.

- Lesões Secundárias: Alopecia, hiperpigmentação e liquenificação (espessamento e endurecimento da pele).

- Distribuição: Regiões de contato, principalmente em cães que vivem ao ar livre ou em áreas predominantemente gramadas.

- Prurido: Coceira intensa que pode causar irritação adicional.


Um detalhe interessante é que os cães apresentam maior desconforto em contato com grama molhada, podendo até relutar em caminhar sobre ela.



Diagnóstico Diferencial


É essencial descartar outras condições pruriginosas, como:


- Infecções de pele (bacterianas ou fúngicas);

- Ectoparasitas, como pulgas ou ácaros;

- Dermatite atópica induzida por alimentos ou alérgenos ambientais.


O diagnóstico de PCD baseia-se em:


1. História Clínica: Lesões localizadas em áreas de contato.

2. Testes Diagnósticos: Resultados negativos para infecções e alérgenos ambientais comuns.

3. Teste de Provocação: Reação imediata ao contato com gramíneas locais (teste de contato).

4. Resposta ao Tratamento: Melhora significativa com banhos medicinais e afastamento da fonte de contato.


A confirmação final ocorre quando os sinais clínicos desaparecem após a remoção do contato com a grama e retornam dentro de 24 horas após a reexposição.


Manejo e Tratamento


O manejo da PCD inclui:


1. Evitar o Contato: Manter o animal afastado de áreas gramadas, especialmente quando molhadas.

2. Higiene e Cuidados com a Pele: Banhos com shampoos medicinais ajudam a remover irritantes da pele e a aliviar os sintomas.

3. Terapias Adicionais: Em casos mais graves, podem ser necessários medicamentos tópicos ou sistêmicos para controlar a inflamação e o prurido.


Conclusão


A dermatite de contato proteico associada à grama é uma condição emergente que deve ser considerada no diagnóstico diferencial de cães com doenças de pele pruriginosas e lesões localizadas em áreas de contato. Reconhecer os sinais clínicos e realizar um manejo eficaz pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos cães afetados.


Se o seu cão apresenta coceira, irritação ou lesões de pele após caminhar em áreas gramadas, entre em contato conosco no Instituto Veterinário de Alergia Allergen. Estamos aqui para ajudar a identificar e tratar condições alérgicas com cuidado especializado.

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